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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Eu te prometo ser fiel... por SGiudice





Podemos jurar que vamos amar o outro, na saúde, na doença, na alegria e na tristeza, exclusivamente... FOREVER???
Bem, poderíamos dizer: "Olha, nós vamos tentar... afinal, até agora estamos nos dando muito bem!
Afinal, amamos quando queremos? a quem queremos? o tempo que queremos?
Seria ótimo"!

Lady Diana, por exemplo, quebrou o protocolo perante a Igreja, e não jurou nada.
Intuitivamente, acho que previa os anos difíceis que teria ao lado do seu doce príncipe infiel, que em poucos anos tornou sua vida um verdadeiro desencanto.

Podemos, então, amar duas pessoas ao mesmo tempo?
Os moralistas que me perdoem, mas podemos e acontece muito!
É como a infidelidade, que negam em público, mas secretamente.....Ah! secretamente....praticam!!!

Reich, na sua análise de caráter, fala das nossas couraças musculares e na força que fazemos para não fazer o que se quer, o que se gosta, e precisa.
Temos desejos que não realizamos, e excluímos, reprimimos, negamos. Mas será que sabemos o que queremos fazer?
Eu diria que sim, mas o que nos falta é a coragem para enfrentar os outros.
Proibido? Pecado? Talvez, mas hipocrisia à parte, existe e é um fato!

Não pretendo escandalizar com o meu "verbo rasgado" mas, profissionalmente, convivo com estes mesmos dilemas. Não são poucos os triângulos trazidos a mim pelos meus clientes.
As mesmas frases: "Nunca pensei que você fosse capaz"! "Como você teve coragem de fazer isso comigo"? diz sempre a pretensa vítima da traição.
Que ridículo "jargão"!

O preconceito do único amor e eterno nos coloca "viseiras" que não nos permite perceber o que está à nossa volta.
Ah, mas eu sou fiel! Ótimo, se você for feliz! Porém, triste, se for reprimido, frustrado e infeliz.
Acredito que, no casamento, a maioria busca a SEGURANÇA. Com isso, iniciam-se as cobranças, a posse, a exclusividade e principalmente a perda da espontaneidade.
A pseudo-segurança que tanto buscamos a qualquer preço, nos induz a um estado de monotonia, contrário a natureza.
Amor, felicidade ou garantia? Lutamos para defender o que é nosso. Nosso?
O amor que tenho por você, eu só tenho por você! O amor que tenho pelo outro, eu só tenho pelo outro.

Há um milhão de relacionamentos diferentes. Às vezes, não passa de um jogo de olhares amorosos, uma emoção momentânea, um bom papo, um abraço, um momento mágico e é só!
Somos diferentes e nos completamos de maneiras diferentes.
Existem amores puramente físicos. Fora da cama, não tem papo, afinidades, compatibilidades. Quinze minutos de conversa é uma eternidade!
Existem amores espirituais, de conjunção cósmica, alquímica, que valem mais do que a melhor transa.
Podemos nos fazer íntimos, sem sexo. Sedução, encantamento, envolvimento que nem sempre necessariamente terminam nos lençóis.

"Amai-vos uns aos outros"! A humanidade está se odiando.
O instrumento de humanização é a posse que escraviza, separa, afasta!
O amor que chamamos NATURAL... é aquele que nos isola do mundo. E chamam isso de natural?

Há um estudo de um famoso antropólogo americano sobre 400 sociedades primitivas que ainda existem.
Nas sociedades amorosas, a criminalidade é praticamente nula. O mesmo, em relação à guerra e à tortura de prisioneiros.
No livro "TOCAR"- o significado da pele, o autor Ashley Montagu mostra o fabuloso valor biológico dos contatos em todas as escalas possíveis e imagináveis.
Enfim, tato, contato, carícia, afeto, não é só transa, sexo, mas acima de tudo são formas de AMOR e de AMAR!

"Seja fiel ao outro, mas antes seja verdadeiro consigo mesmo".

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