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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Inenarrável...por SGiudice

por Silvana Giudice - silvanagiudice@hotmail.com



Narrar o inenarrável?
Como narrar o sentimento que hoje assola o nosso país?
Como narrar a crueldade, a indignação, a dor e a perplexidade diante de tal cenário?
Uma palavra ainda teria que ser inventada para resumir todas que desfilam pela nossa cabeça.

Ontem ironicamente quando acordei em minhas orações pensei: Hoje escolho me sentir alegre, escolho ver tudo que me acontece de forma positiva e prometo ficar longe de notícias desagradáveis que poluem a minha cabeça. Juro Senhor que não deixarei os meus dedinhos apertarem o controle remoto e parar meus olhos diante do Datena nem da Sonia Abrahão!
Os motivos? Todos sabem e não preciso ficar perdendo o meu tempo, nem a do Sr leitor com tantos outros adjetivos que representam o nível dessas programações.

Pois bem! Perto da hora do almoço sentei-me diante da TV e de cara me deparo com este acontecimento de Realengo.
Esta semana ainda comentei com meus filhos: “Que boas lembranças tenho deste bairro, e de sua gente tão alegre , onde passava todos os anos as minhas férias na casa de uma tia”.

Amigos, a semana passada fui à Faculdade que estuda minha filha para acompanhá-la porque ela precisava resolver um trabalho de conclusão de curso com um professor.
Na correria peguei uma simples carteira de mão e acabei esquecendo de pegar a minha identidade.
Enquanto escrevo estou chorando de dor e revolta, mas profundamente agradecida a esta Instituição de Ensino por terem me barrado diante daquela catraca e demonstrarem claramente o seu zêlo e preocupação com a integridade física de seus alunos.
Ouvi do segurança um gentil, porém firme : A senhora não pode entrar no recinto sem deixar um documento... Por favor espere do lado de fora!
Minha filha ia argumentar: É minha mãe!!!, quando eu a interrompi: Não filha, eles estão certos! Eu ficarei na cantina te esperando!

Eu estava de mãos praticamente vazias e trazia apenas um pequeno porta níquel e um livro
Que perigo uma mulher indefesa como eu poderia representar àquela Faculdade?
Mas normas são normas e existem para serem respeitadas!
Como ontem esse homem entrou nessa escola com armas e tanta munição sem sequer ser identificado?
Aliás, identificado prá quem?
Existia um segurança para zelar pela entrada não só de um insano mas de qualquer cidadão de bem?
Ninguém poderia prever nem controlar a fúria de um psicopata?
Fatalidade? Inevitável?
Eu não pude entrar na Faculdade de minha filha munida do livro “COMER, REZAR E AMAR”, mas esse cara teve passe livre para “ENTRAR, TRANSITAR E MATAR” ......
Inenarrável é a segurança de nossas escolas!!!

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