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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Nostalgia....


A nostalgia bate no meu peito, cintilando de cores o passado. Em nuances e matizes fugidias, lembranças que deixam bater mais forte o meu coração, me fazem também reviver em luzes, cheiros e sons as mesmas emoções de outrora...
Meus olhos fechados se contraem para que nada se desvaneça.
Mas, que memórias são estas que revivo e não sei como dar “nomes”?
Sinto nostalgia de coisas que não sei explicar. Sinto dentro do meu peito uma saudade de algo escondido, oculto, velado e trancado à chaves pela minha alma.
Que segredos ela guardaria de mim mesma?
Sinto saudades de cidades que nunca estive, de pessoas que jamais conheci, de situações que não vivi....
Sinto a energia invisível de “algo” que deixa seu perfume no ar. Sinto arrepios de prazer e bem estar, como se chuvas de brilho cintilassem e expandissem a minha aura.
A nostalgia é um sentimento ambíguo de prazer e dor.
Seria prazer do que vivi? Ou quem sabe a dor do que perdi?
Mistérios que não se revelam...
Impressões que não se questionam...
Certezas que não se apagam...
Memórias que retornam, no passado que se faz presente.

Às vezes, da janela do meu quarto, fico observando o cenário lá fora que, momentaneamente, se modifica.
Carros e motos dão lugar a carruagens e cavalos. Mini-saias e decotes se transformam em longos vestidos elegantes. Informais bonés, agora, são distintos chapéus e cartolas de sóbrios cavalheiros. O que antes eram modernos edifícios, agora são torres e catedrais antigas...
O hoje é desenhado e repintado no ontem e eu viajo no tempo e no espaço, e revivo algo que meu ser não entende, mas que minha alma muito bem compreende...
Ah! Inexplicável nostalgia!
por Silvana Giudice

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