Reparações

Quantas vezes não me fiz as mesmas perguntas e não obtive respostas.
Bati à porta, insisti, persisti...desisti!
Resolvi agora sair do agito da cidade grande para meditar, acalmar a mente, aliviar o stress, avaliar prioridades, descartar pesos inúteis.
Repensar para continuar olhando para frente, limpando o retrovisor embaçado de coisas que já deveriam ter ficado para trás, como atalhos e trilhas esburacadas que só fizeram eu perder tempo em detrimento de um caminho mais objetivo.
O tempo propício, a montanha e a paz do verde convidavam-me a continuar peregrinando só...com meus pensamentos e reflexões! Pelo menos a princípio estes eram os meus planos!
Lêdo engano!
Esta não seria uma viagem solitária, mas sim de encontros e reparações.
Assim, simplesmente "ao acaso" como num encanto trombei com o meu passado...aquele que busquei respostas, insisti, persisti, desisti...
Ali bem diante dos meus olhos, um passado abandonado a julgamentos precipitados, e acima de tudo de um enexplicável distanciamento.
No silêncio nos perdemos, na imaginação viajamos, sofrendo por causas irreais.
Viver na polaridade não nos deixa entender a diversidade de emoção, e o sentimento que cada um carrega dentro de si.
A dualidade de opostos irreconciliáveis nos embrenha cada vez mais na razão de cada um , impedindo-nos de compreender a situação no todo.
A imaturidade e o orgulho em querer demonstrar isenção de dúvidas foi o que nos tornou inábeis para manter a relação e a afetividade verdadeira.
Por insegurança não houve assertividade, não houve clareza, honestidade...franqueza.  Omitimos e nos defendemos por medo e evitamos esse encontro durante muito tempo...
Mas agora que já haviam cessado  as minhas buscas o  "tempo de Deus" quiz que nos reencontrássemos e reparássemos esse tempo!
"Quando o futuro vira passado, é fácil ver o que tinha que ser feito.".....por Silvana Giudice